segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Deus lhe pague

Sensação esquisita ontem, durante o pleito eleitoral paraense, tomou conta de muita gente. Eleição sem graça, sem festa, democracia duvidosa. Atos questionáveis de representantes do TRE tornavam claro o que todos sabiam, a seu modo, uns mais, outros menos: ganha-se eleição quem pode pagar. Quem não pode, paga caro pela ousadia de dar a cara a tapa, de se dispor e enfrentar o aparato burguês de guerra, de tentar enfim libertar os prisioneiros da grande caverna em que vivemos. Infelizmente, quem se liberta dificilmente sobrevive. E na luta pela sobrevivência ainda sofremos com a mendicância do nosso povo no período das eleições, que se vende por cestas básicas, por camisas, por brindes tão combatidos pelo Tribunal Superior Eleitoral durante todo o período de campanha e curiosamente liberados às vésperas do dia primeiro. Quem não pode pagar... espera as coisas mudarem, espera que o povo perceba, espera impaciente que um dia tudo se transforme, luta enquanto espera. Sente cada voto destinado aos wlads, robgols e afins como um golpe do estado contra os direitos do povo; o direito ao voto, com o auxílio da (in) Justiça, pode garantir a submissão política da população, perpetuando os deputados "gostosos" e emprestando um gosto amargo à vida da população. Quem não pode comprar e não se vende, espera.
Outros outubros virão, outras manhãs, plenas de sol e de luz.

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente amiga, encontrar a luz não é tarefa simples de se fazer, não são todos os que ao longo de suas vidas tomaram atitude de questionar, indagar, e tirar suas próprias conclusões, senti vontade de chorar no momento em que me deparei com eleitores vasculhando a listinha dos candidatos, outros perguntando qual o número do candidato que a titia votou? e o primeiro que pintasse já estava de bom tamanho, logo na saída, os eleitores apos o ato de votar não sabiam a proposta de seus candidatos, mas já festejavam, confiavam que da caverna a qual saíram ainda havia muitos prisioneiros alheios a verdade, uma pena, mas como você falou, outros outubro virão